mai 19, 2017

O primeiro especialista a fazer uma cirurgia ao vivo com Google Glass

Durante a edição de 2017 do evento Healthio, realizado em Barcelona, tivemos a oportunidade de conversar com o Dr. Rafael Grossmann, primeiro especialista do mundo a realizar uma cirurgia ao vivo com o Google Glass.

Rafael Grossmann é cirurgião geral, especializado em cirurgias de emergências, laparoscopia avançada e robótica, práticas que exerce atualmente em Miami, EUA. Pioneiro em saúde, o especialista vem explorando o poder da tecnologia combinado à medicina para transformar e melhorar o serviço de saúde e a educação médica.

Todas as suas descobertas e novidades podem ser acompanhadas em seu perfil no Twitter e em seu blog. Vale também conferir sua participação no TEDx Talks.

À Doctoralia, Grossmann falou sobre suas perspectivas em relação à tecnologia aplicada à saúde, na entrevista que você confere abaixo.

 



A seguir também é possível ler a entrevista.

Como a forma de exercer medicina mudou nos últimos anos?

Olá! Eu acredito que, de maneira geral, a medicina não mudou muito. Infelizmente seguimos a exercendo a mesma medicina tradicional, com muitos de seus benefícios, mas também, com todos os seus defeitos.

Como foi a sua experiência ao ser o primeiro médico a utilizar o Google Glass durante uma operação?

Bem, na verdade foi uma experiência bem intuitiva e simples. Eu usei efetivamente os Google Glasses pela primeira para fazer o live streaming de uma operação, pensando em proporcionar uma experiência melhor aos meus alunos.

Ao invés de estarem atrás de mim acompanhando a operação, estavam sentados tranquilamente em uma sala, vendo o que eu fazia desde a minha perspectiva. E não apenas vendo, mas também conectados ao vivo, com áudio e vídeo, e me enviando e respondendo a perguntas.

Que benefícios tecnologias como as aplicadas no Google Glass podem trazer à medicina?

Quase todas essas tecnologias foram criadas para jogar ou para momentos de lazer. Mas acredito que, se usadas inteligentemente, podem transformar a forma como os pacientes, os médicos e sua equipe se comunicam e se conectam e, desta maneira, melhorar os resultados dos pacientes.

Como você acredita que a tecnologia vai mudar o exercício da medicina?

Eu penso, novamente: as tecnologias existem e cabe a nós utilizá-las sabiamente para ensinar a ensinar e ensinar a tratar. Acho importante que nós, médicos, estejamos à frente desta batalha de mudar o sistema.Mas não somente à frente, como também ao lados dos pacientes, para juntos promovermos uma mudança que seja muito mais efetiva.

E mudar o sistema de educação médica, de maneira que ele também seja mais efetivo. Porque, a verdade é que, se não atacarmos a educação como médicos e educadores, o futuro será bem cinza.

Isso porque as pessoas jovens já utilizam as tecnologias para tudo, é preciso ensiná-las a usar essas tecnologias e essa maneira de pensar diferente e inovadora para o bem do paciente, para melhorar a saúde.