Saúde em 2021: 5 tendências para profissionais estarem atentos
Finalmente, a vacina que tanto esperamos em 2020 está a caminho e isso já nos faz entrar em 2021 com perspectivas melhores.
Este ano quase surrealista, no entanto, chegou ao fim deixando mudanças marcantes em dinâmicas sociais, principalmente motivadas pela pandemia, e que devem nos impactar daqui para frente.
Ao entrar em 2021, é preciso estar de olho nas tendências que despontaram nos últimos meses para escolher caminhos mais sólidos no mercado da saúde, e é sobre elas que falaremos a seguir.
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Tendências para a saúde em 2021
1. Digitalização
De acordo com uma projeção do Instituto de Pesquisa Locomotiva, a pandemia nos fez passar por uma aceleração digital sem precedentes: em cinco meses, vivemos o que levaríamos cinco anos para avançar em termos de incorporação de novas tecnologias.
É interessante notar que o próprio Auxílio Emergencial, o benefício provisório do Governo para conter a crise econômica, contribuiu para agilizar essa migração da população para os serviços online. Para resgatar o benefício, mais de 120 milhões de pessoas tiveram que ativar uma conta digital; dessas, 33 milhões não tinham sequer relacionamento bancário antes disso.
Mas o auxílio do Governo não foi o único ponto que impulsionou a digitalização. Ao passar mais tempo em casa, estivemos muito mais conectados à internet.
Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o uso da Internet no Brasil cresceu entre 40% e 50% na primeira fase da quarentena. As buscas por informações sobre saúde também aumentaram consideravelmente, segundo levantamento feito pela Opinion Box: 74% dos usuários estiveram procurando sintomas de doenças na internet; 43% deles ainda mais do que antes da pandemia.
Isso sem contar no trabalho remoto, que levou muitas empresas a anteciparem seu processo de digitalização, e no boom das compras online, que chegou a ter 47% de aumento durante o primeiro semestre de 2020.
Por isso, uma das grandes apostas para médicos que aspiram crescimento de receita em 2021 é a digitalização de serviços. E ela nos leva justamente à próxima tendência: a teleconsulta.
2. Teleconsulta
Com a necessidade de isolamento social colocada pela pandemia, a mobilidade urbana voltou a aparecer no centro das discussões e a Telemedicina acabou sendo aprovada em caráter emergencial pelo Conselho Federal de Medicina.
A medida provocou reação imediata não só entre profissionais de saúde, como também nas buscas online da população. Por meio de uma projeção do Google, é possível notar que as pesquisas por consultas online e telemedicina apresentaram uma crescente nunca registrada antes pelo buscador.
E essa mudança também já se reflete na forma como os médicos estão organizando o seu trabalho. Uma pesquisa da Associação Paulista de Medicina, divulgada em maio de 2020, mostrou que 51% dos profissionais de medicina têm realizado atendimento à distância.
De março a agosto, pelo menos 1,7 milhão de teleatendimentos já foram realizados, de acordo com dados compilados pela EXAME. E cada vez mais, profissionais de saúde vêm adotando as consultas remotas como opção para alguns tipos de atendimento.
Mais uma prova da aceitação da Telemedicina é como ela vem repercutindo entre usuários da própria Doctoralia. De março a dezembro de 2020, mais 500 mil consultas online foram agendadas pela plataforma e mais de 15 mil profissionais já estão disponíveis para atender através desta modalidade.
Muitos desses profissionais, inclusive, mencionam que o número de pacientes aumentou com as consultas remotas, e que puderam passar a atender até pacientes que vivem no exterior.
3 - Engajamento do paciente
Até aqui falamos muito sobre a digitalização do setor, mas outro ponto que também não podemos perder de vista em 2021 é o comportamento dos pacientes.
O acesso à informação vem desencadeando uma nova forma deles se relacionarem com a saúde e está mudando a jornada do paciente até o especialista:
Basicamente, os pacientes estão deixando de apenas tratar sintomas e passaram a se prevenir para ganhar tempo e qualidade de vida. Eles vão mais cedo ao médico, acompanham a saúde de forma mais consciente e participativa e, por fim, compartilham mais suas experiências.
Em julho de 2020, a Doctoralia ouviu mais de 90 mil pacientes de 5 países e identificou que 43% buscaram um profissional de saúde antes mesmo de sentirem qualquer sintoma, apenas por prevenção.
Outro estudo, feito pela consultoria global KPMG, também sustenta essa tendência ao analisar o perfil de gerações que estão envelhecendo em comparação com novas gerações de pacientes.
Imagem retirada do estudo Saúde 2030, da consultoria KPMG
Por um lado, foram avaliados os chamados Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1964). Entre esta geração, um assunto já muito discutido é o aumento na média de vida, algo que deverá elevar o número de idosos que necessitam de assistência médica básica ou especializada.
Por outro lado está a geração de Millennials (nascidos entre 1981 e 1996) e outros grupos demográficos de pacientes mais jovens, que exercerão cada vez mais influência sobre os modelos na realização de serviços de saúde.
Como então engajar grupos de pacientes com perfis tão diferentes?
Para ajudar profissionais a promoverem o tão necessário engajamento de seus pacientes, trouxemos como referência a metodologia PAM (Patient Measure Acquisition), uma ferramenta que ajuda a medir o conhecimento, habilidades e nível de confiança dos pacientes e que é utilizada por várias entidades de saúde, inclusive o Serviço Nacional de Saúde inglês.
Ele divide as taxas de engajamento em uma escala de 0-100 e o segmenta em 4 níveis:
- Nível 1: o paciente é totalmente passivo e cuidar da sua saúde é uma sobrecarga. Ele não tem claro seu papel no processo de cuidados.
- Nível 2: o paciente está começando a ter conhecimento e confiança para administrar sua saúde, mas ainda são noções muito embrionárias.
- Nível 3: o paciente começa a tomar atitudes por conta própria para melhorar a sua saúde, mas ainda pode não ter a confiança e a habilidade para apoiar seus comportamentos.
- Nível 4: o paciente adota muitos dos comportamentos necessários para apoiar sua saúde, mas pode não ser capaz de mantê-los diante dos fatores de estresse da vida.
Além das metodologias, se pudéssemos dar uma dica prática de como engajar os pacientes, voltaríamos a falar sobre a informação.
É a informação que retém a atenção de uma pessoa e consegue estabelecer confiança. Por isso, invista no conteúdo: vídeos, pesquisas, newsletter por e-mail, artigos... Delimite bem os seus diferenciais profissionais e invista em falar sobre temas que são do seu expertise.
4 - Programas empresariais
Há alguns anos, o Grupo Boticário começou a investir em programas internos para a saúde dos seus funcionários, como campanhas de prevenção ao câncer e apoio a gestantes.
Empresas como a Apple vão ainda mais além e contam com um centro próprio de saúde e bem-estar para seus funcionários, o AC Wellness, com equipe de médicos, fisioterapeutas e nutricionistas dedicados.
Uma forte mudança na cultura corporativa começou a emergir nos últimos anos no que diz respeito à saúde e bem-estar dos funcionários.
As empresas têm entendido cada vez melhor que investir na saúde de seus colaboradores tem impacto direto na produtividade - algo que só se intensificou depois com a chegada da pandemia.
É o que aponta um estudo publicado pelo Grupo Deloitte, já em 2018. De acordo com a consultoria, 61% das empresas afirmaram que programas de bem-estar oferecidos a funcionários melhoram a produtividade e os resultados financeiros da marca.
Por isso, iniciativas empresariais de saúde e wellness são uma ótima porta de entrada para profissionais de saúde que buscam aumentar suas atividades em 2021 - e carteira de pacientes.
Aos interessados em abrir este caminho profissional, o LinkedIn pode ser um ótimo ponto de partida. Busque as empresas que atuam em sua região, informe-se sobre quem é responsável pelo Recursos Humanos e apresente uma proposta. Números e exemplos não faltam para comprovar a eficiência destes programas.
5 - LGPD
À medida que a tecnologia evolui, informações derivadas do atendimento ao paciente também melhoram. Hoje, o prontuário eletrônico do paciente (PEP) não só é capaz de armazenar seu histórico médico, como também de fornecer inteligência de dados para diagnósticos, gerar alertas e prover estatísticas .
No entanto, garantir a proteção e a confidencialidade destas informações é cada vez mais importante, e a segurança de dados será um dos grandes ativos de negócio dos próximos anos.
Foi nesse contexto que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor no Brasil, no dia 18 de setembro de 2020. Resumidamente, ela exige que empresas e profissionais utilizem-se de uma base legal para realizar o tratamento dos dados de qualquer usuário terceiro.
Na área da saúde, a nova regulamentação deverá transformar a forma como médicos e demais profissionais armazenam e manipulam seus dados sensíveis. A multas pelo não cumprimento da lei podem chegar a até 2% do faturamento do negócio.
Para profissionais que ainda não se adaptaram às exigências, sugerimos um primeiro passo simples: passe a solicitar que seus pacientes assinem um Termo de Consentimento para Tratamento dos Dados e treine a sua equipe. Se você ainda não está preparado, este artigo pode esclarecer algumas de suas dúvidas.
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