Telemedicina: entenda mais sobre a prática médica e como aplicar no seu consultório

Telemedicina: dicas para aplicar a prática no seu consultório

A telemedicina é uma prática que já existe há algum tempo, mas que ganhou força na pandemia da Covid-19. Para médicos e instituições de saúde, poder realizar o teleatendimento com consultas e diagnósticos a distância é uma ótima forma de ampliar o rol de serviços oferecidos aos pacientes.

A modernização dos serviços médicos e atendimentos era algo esperado, afinal, novas tecnologias surgem para facilitar nossas vidas. Para o campo médico, a telemedicina foi uma dessas práticas que surgiram para oferecer mais comodidade aos pacientes e mudar hábitos da sociedade. 

Falar de telemedicina sem lembrar seu "boom" em época de pandemia e isolamento social é praticamente impossível. Por mais que a prática já existisse antes, nunca ela foi tão relevante e, mais do que isso, necessária. Agora, a tendência é que pacientes estejam cada vez mais receptivos à telemedicina.

Para fazer bom uso dessa forma de atendimento é sempre importante debatê-la em mais detalhes e buscar aprofundamento sobre suas vantagens e como realizar da melhor forma. Por isso, preparamos este artigo em forma de guia para melhor explorar o tema. Boa leitura!

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O que é telemedicina?

Telemedicina é a prática médica que consiste em consultas, diagnósticos, acompanhamentos e análises de exames por meio de tecnologia. 

Esses procedimentos podem ocorrer em plataformas especializadas, principalmente em atendimentos nos quais ocorre apenas a troca de informações, mas também por meio de chamadas de vídeo para avaliações de pacientes.

👉 Em outras palavras, a telemedicina está relacionada a qualquer tipo de consulta ou exame médico feito à distância e com suporte de um software tecnológico. A ideia é justamente atender pacientes de maneira remota, mas mantendo a qualidade de um serviço tradicional.

Telemedicina pode ser realizada via dispositivos digitais

A prática, apesar de já ser feita há algum tempo, se tornou uma saída importante à medicina em tempos de restrições sociais causadas pela pandemia da Covid-19. Tanto para médicos quanto pacientes, a telemedicina se tornou uma alternativa importante.

A percepção geral da telemedicina como algo que pode mudar a forma do atendimento médico no mundo fez com que a aceitação sobre esse método aumentasse. Ao mesmo tempo, é crescente a busca por entendimento das melhores práticas nesse campo.

Para médicos, atender à distância ainda pode ser algo desafiador e, no mínimo, esquisito. No entanto, a telemedicina é apenas uma alternativa em casos específicos nos quais a presença física não se faz necessária. Ou seja, é importante enxergar esse método como um facilitador.

Como funciona a telemedicina?

A telemedicina é apenas mais um termo que abrange contato entre médico e paciente à distância e utilizando meios digitais. Dentro desse formato, diversos tipos de atendimentos podem acontecer. Cada um deles tem um propósito específico.

Um ponto de preocupação de muitos médicos é como realizar esse atendimento remoto. Na realidade, os meios não devem ser uma questão tão importante. É fundamental que o contato seja o mais adequado possível do ponto de vista técnico.

Alguns profissionais, muitas vezes com suporte do local em que trabalham, atendem utilizando softwares médicos especializados.

“Nesses ambientes digitais, é possível registrar prontuários, fazer observações que ficam salvas e fazer chamadas de vídeo.”

Confira no vídeo abaixo um exemplo prático de como funciona a telemedicina no software especializado da Doctoralia:

No entanto, não há nenhuma restrição mais específica sobre canais que podem ser utilizados para esse contato remoto. Sendo assim, fica como opção do profissional atender por videochamada, mensagens de texto ou até mesmo ligações comuns.

Quanto aos tipos de atendimento, há modalidades diversas, cada uma delas com um objetivo específico diante da necessidade da pessoa paciente.

Quais são os tipos de telemedicina?

Assim como na prática presencial, há diferentes situações na telemedicina. Por conta disso, a prática se divide em alguns tipos de serviços, de acordo com a necessidade de cada caso. Conheça essas variações a seguir:

Teleorientação

A teleorientação tem o foco em fazer uma avaliação do paciente para, depois de entender o cenário, direcioná-lo de acordo com os cuidados necessários.

São atendimentos mais rápidos que podem ser feitos por vídeo, mensagem ou ligação. Tudo vai depender dos sintomas pelos quais o paciente está passando.

Depois da avaliação rápida, o profissional de medicina vai conversar com essa pessoa sobre seu quadro clínico e então vai orientar em relação aos próximos cuidados. Pode ser que essa avaliação traga a percepção de que o paciente precisa buscar assistência médica presencial.

Telemonitoramento

O telemonitoramento é voltado para um acompanhamento mais preciso em relação a determinado paciente que se encontra em cenários de enfermidade ou pós-operatório, por exemplo.

Há também a possibilidade de o telemonitoramento ser um mecanismo de suporte a outros profissionais médicos. Neste caso, um médico especialista guia remotamente uma equipe qualificada durante uma cirurgia ou outro procedimento.

Na maioria dos casos, o telemonitoramento exige uma chamada de vídeo. Essa comunicação vai garantir um acompanhamento mais preciso para que haja uma visualização adequada da situação do paciente ou do procedimento sendo realizado.

Teleinterconsulta

A teleinterconsulta é uma opção importante para médicos que precisam de uma segunda opinião quando estão diante de casos mais complexos. Essa é uma prática bastante comum, mas neste caso, estamos falando de sua execução em modelo remoto.

Na teleinterconsulta, médicos entram em contato com outros profissionais especialistas da área em busca de uma percepção sobre resultados de exames e análises clínicas. A ideia é reforçar possíveis diagnósticos e garantir o melhor atendimento possível.

Essa modalidade de telemedicina é mais técnica e, por isso, costuma acontecer somente entre os profissionais. A ideia é que, a partir desse contato, um diagnóstico e orientação mais detalhados possam ser transmitidos ao paciente em questão.

Teleconsulta

A teleconsulta é um dos métodos de atendimento mais conhecidos e utilizados em telemedicina. Tratam-se de consultas simples em que pacientes relatam aos profissionais os quadros em que estão ou solicitam algum tipo de procedimento.

Nessas consultas, o médico tenta entender o relato do paciente e, a partir disso, pode solicitar exames de imagens ou laboratoriais. Em alguns casos, o paciente já fez esses exames e o profissional vai checá-los para dar o diagnóstico.

“As teleconsultas podem ser feitas sem a necessidade de videochamada, se for o caso de apenas relatar sintomas.”

As teleconsultas podem ser feitas sem a necessidade de videochamada, se for o caso de apenas relatar sintomas. Em algumas situações, pode ser necessária a imagem para que o profissional médico avalie com mais detalhes a condição do paciente.

 

👉 Veja também: Smartphone na saúde: como usar a ferramenta para se aproximar dos pacientes

Quais são as vantagens de utilizar a telemedicina?

Para além dos diagnósticos e procedimentos, a telemedicina também é referência da melhoria do atendimento ao paciente por meio da digitalização. Da mesma forma, a atuação remota traz uma série de benefícios ao médico.

Vantagens da telemedicina para os médicos

Recursos que reduzem a distância e melhoram a rotina médica só trazem boas avaliações, mas como toda novidade, possui desafios para ter mais aderência entre os profissionais. Portanto, é fundamental pontuar as principais vantagens da telemedicina:

Mais atendimentos

Os teleatendimentos exigem menos tempo do que os atendimentos presenciais. Pensando dessa forma, é fácil entender que o médico passa a ter mais tempo em sua agenda e, assim, pode atender mais pacientes dentro de seu dia de trabalho.

Melhor serviço ao paciente

Nem sempre o paciente terá disponibilidade para ir até o consultório médico. Diante disso, a telemedicina é uma opção para que o médico não deixe de atender essas pessoas em nenhuma ocasião. Isso é muito valorizado pelo paciente!

Custos médicos reduzidos

Tudo que é online e remoto tem custos reduzidos, principalmente em um consultório com uma sala de espera grande ou materiais usados nas consultas. Economia é sempre um bom negócio e esse dinheiro extra pode ser reinvestido no negócio.

Acompanhamento otimizado

Remotamente, médicos podem acompanhar pacientes com maior frequência, uma vez que não é preciso que o paciente se desloque. Em alguns casos, é a telemedicina que permite que pessoas com alguma limitação possam ser acompanhadas por um especialista.

👉 Leia também: Finanças para médicos: 5 dicas para organizar as contas do consultório

Regulamentação da telemedicina no Brasil

Dúvida recorrente, a regulamentação da telemedicina existe e determina com clareza as regras e orientações de uso desse formato de atendimento.

Com a crescente da modalidade, especialmente na pandemia da Covid-19, a regulamentação foi formalizada por meio da Lei 13.989/2020, que dispõe os termos mais importantes sobre como esse tipo de atendimento remoto deve ser realizado.

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Para os profissionais da saúde, é importante se atentar a duas disposições importantes da lei, que são os artigos e . Eles reforçam as seguintes questões:

  • Médicos devem informar aos pacientes que a telemedicina tem algumas restrições naturais devido a ser um método remoto de atendimento. Nesse caso, é importante informar que não pode haver exame físico nas consultas, uma vez que eles só podem ser feitos de maneira confiável pessoalmente;

Qualquer consulta de telemedicina deve seguir padrões tradicionais do atendimento médico tradicional, o que também se dá aos pagamentos pelos serviços.

Como realizar consultas via telemedicina?

As consultas de telemedicina são bastante diferentes do atendimento presencial. Ainda que médicos façam as mesmas perguntas e escutem as mesmas coisas, todo o processo vai se diferenciar do modelo tradicional.

Pode ser que todas essas novidades gerem insegurança e dúvidas não só no profissional, mas também no paciente. Por isso, separamos um passo a passo para que tudo saia perfeitamente!

Passo a passo para atender por telemedicina

1. Envie as instruções para o paciente

Uma vez que o paciente agenda a consulta de telemedicina, o médico pressupõe que essa pessoa entenda como acontece essa modalidade de atendimento. O problema é que nem sempre isso acontece, então o médico precisa educar o paciente.

A melhor forma de fazer isso é enviar uma espécie de resumo de como será esse atendimento, inclusive indicando o que o paciente precisa cumprir para estar apto. Isso pode ser enviado por e-mail ou por WhatsApp, como o paciente preferir.

2. Peça que o paciente aceite os termos

É indispensável que haja a disponibilização de alguns termos básicos aos quais o paciente precisará ficar ciente. Como há o compartilhamento de dados, exames e imagens durante o atendimento, tudo isso precisa ser autorizado por pacientes.

Então, logo após o agendamento, junto do contato de instruções para o paciente, envie também esses termos para que essa pessoa possa ler e dar sua autorização. Do ponto de vista legal, essa etapa é essencial para que o teleatendimento aconteça.

3. Gere um link para a sala de atendimento virtual

Minutos antes do horário marcado para o atendimento, gere um link da sala de atendimento virtual e compartilhe com o seu paciente. Use o mesmo canal pelo qual enviou as instruções e o termo de autorização do atendimento.

Fazer isso alguns minutos antes vai garantir que tudo funcione bem na parte técnica. Além disso, o paciente consegue deixar essa sala virtual já aberta, se organizando adequadamente para o atendimento.

4. Cheque a parte técnica antes de começar

Antes de começar o atendimento, cheque a parte técnica envolvida nesse atendimento à distância. Alguns itens essenciais que precisam estar em pleno funcionamento são:

 

  • conexão com a internet;
  • imagem da sua câmera;
  • seu microfone.

5. Conduza o atendimento seguindo um roteiro básico

Médicos seguem um roteiro tradicional quando vão atender alguém, algo que não precisa ser alterado no ambiente virtual. Portanto, faça as perguntas que precisam ser feitas, abra espaço para o paciente e colha todas as informações que forem necessárias.

Seguir esse roteiro é essencial para que nenhum detalhe importante do atendimento seja negligenciado, além de garantir que o tempo do atendimento seja otimizado. Isso fará toda diferença para a qualidade do serviço e também para a agenda médica.

6. Registre tudo no prontuário médico eletrônico

O prontuário eletrônico é o que substitui o prontuário físico tradicional. A única diferença é que essas informações serão preenchidas e ficarão armazenadas digitalmente. Isso ajuda na redução de arquivos guardados e também facilita o compartilhamento com o paciente.

Dessa maneira, garanta que toda observação importante seja devidamente registrada no prontuário. Isso vai garantir que consultas de retorno e de acompanhamento aconteçam da melhor maneira possível.

7. Faça a prescrição eletrônica

A emissão de prescrição eletrônica está permitida pela portaria 467/2020, mas é preciso orientar o paciente sobre algumas restrições. Por determinação da Anvisa, esse tipo de documento não tem validade em caso de alguns medicamentos controlados. 

Outro ponto importante é que a prescrição digitalizada (cópia digitalizada de uma receita emitida manualmente) não é reconhecida pelas farmácias, devendo conter assinatura certificada pela ICP-Brasil ou outra tecnologia equivalente.

8. Peça que o paciente avalie o teleatendimento

Melhorar deve sempre ser uma preocupação dos médicos, uma vez que a experiência do paciente está sempre sob avaliação. Então, saber o que essas pessoas acham do teleatendimento é algo fundamental.

Assim, o profissional consegue anotar pontos de melhoria e características positivas. Para isso, sempre após o atendimento, envie um contato solicitando a avaliação dos serviços para seu paciente.

👉 Veja também: Tudo o que você precisa saber sobre avaliações


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Quando utilizar a telemedicina?

Conforme mencionado neste artigo, a telemedicina foi um método bastante usado para atender pacientes com sintomas da Covid-19 que precisaram estar isolados.

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Essa ainda é uma possibilidade, mas é importante pensar na estabilização da telemedicina, algo que vai além do atendimento a pacientes com coronavírus. Os profissionais médicos precisam pensar em cenários de atendimentos remotos comuns.

Portanto, a telemedicina deve ser um recurso à disposição de quem não deseja estar fisicamente em um consultório, ou não pode se deslocar. Portanto, é importante que médicos deixem sempre claro as limitações desse atendimento.

Com isso esclarecido, a telemedicina pode sempre ser uma opção quando o caso não exige uma consulta presencial. Se for detectada essa necessidade durante o teleatendimento, o médico precisa solicitar que uma segunda consulta, agora presencial, aconteça.

Quais são os principais desafios da telemedicina?

Não podemos ignorar o fato de que a telemedicina ainda é uma prática que impõe algumas dificuldades e desafios para médicos e pacientes. Com a identificação desses pontos, paciência e um bom trabalho, é possível superá-los.

Conscientização sobre a prática

É importante que haja uma conscientização geral sobre a telemedicina. Começando pelos pacientes, o ideal é que essas pessoas saibam que as consultas presenciais não vão acabar. A telemedicina é somente uma alternativa.

Médicos, além de fazerem esse papel de conscientização, precisam também entender o mesmo. Nenhum profissional terá seu trabalho afetado, pelo contrário. A telemedicina é só um recurso a mais de atendimento.

Oferta de infraestrutura adequada

Como a telemedicina ainda é uma prática recente, pode ser que nem todo profissional tenha a melhor infraestrutura tecnológica à disposição. Isso pode afetar a qualidade do teleatendimento, o que gera problemas para a experiência do paciente.

O ideal é investir nessa infraestrutura, o que passa por questões como:

  • boa conexão de internet;
  • bons computadores;
  • softwares especializados para telemedicina.

Segurança de dados

Por fim, as preocupações com os dados de pacientes durante o atendimento é também uma questão de destaque. A LGPD é uma realidade e essa lei protege os dados de pessoas consumidoras em todo Brasil.

Portanto, médicos precisam garantir que estão mantendo boas práticas nesse sentido. Isso também passa pelo uso de softwares profissionais especializados. Essas soluções são projetadas para serem altamente seguras.

Telemedicina é o futuro e o presente

Encarar a telemedicina como algo do futuro pode ser um engano. Na verdade, essa tecnologia já é uma prática do momento atual da medicina no mundo todo. Afinal, recursos que chegam para diminuir distâncias e facilitar atendimentos são sempre bem-vindos.

Para especialistas, a telemedicina não deve ser algo que gere preocupações e dificuldades. Esperamos que este conteúdo ajude muitas pessoas a enxergar esse método como um grande facilitador que vai dar suporte a várias consultas e exames remotos.

Você é um profissional de saúde e está em busca de uma infraestrutura adequada para esses atendimentos? Então agende uma conversa conosco e mostraremos como funciona a ferramenta de telemedicina da Doctoralia!